The Piper At The Gates Of Dawn

Banda: Pink Floyd
Ano: 1967
Classificação:
Capa:



Uma coisa é uma banda produzir um disco e fazer sucesso. Outra coisa é uma banda produzir um disco com algo totalmente diferente à sua época e mudar os rumos do rock para sempre. Este é o caso desta obra prima.

Que não há nenhuma banda semelhante ao Pink Floyd, para mim é evidente. Mas após este disco inúmeras bandas tiveram um toque psicodélico em solos, letras, sons nas músicas... Juntamente com Jimi Hendrix, este disco deixou o rock com uma outra cara, mais distante ao jazz, country, blues e formando novas bandas com estilos próprios. Os anos 70 foram os anos da explosão de grandes bandas e o público por sua vez fazendo movimentos, adotando novos estilos de vida, e tendo um contato cada vez maior com outras culturas. Tudo graças a base de um final de década onde a música através do rádio era um verdadeiro celeiro de grandes artistas, onde surgiram a partir daí Queen, Led Zepplin, Focus, Jethro Tull, etc...

Dada esta relevância história deste disco, vale ressaltar antes de mais nada que o grande mentor do Pink Floyd à época era o guitarrista e também vocalista Sid Barret, o David ainda não estava na banda. Este disco foi gravado em Abbey Road, em uma época em que os Beatles também gravavam lá, e daí surgiu a afirmação destes para este álbum: "O Melhor". Mesmo anos mais tarde os Beatles ainda achavam este álbum uma relíquia.

Bem, quanto ao lado musical do disco, este é impecável. Bem, uma coisa que eu facilmente analiso são as letras, e particularmente, aqui elas estão em perfeita harmonia com o caos que certas músicas lhe remetem. Para começar o disco, logo na primeira música há algumas falas do brilhante cosmólogo Stephen Hawking. O nome da música é Astronomy Domine e no fundo há frequentemente sons com o teclado lembrando beeps de sondas espaciais. Para alguém que possui um mínimo de ouvido musical apurado, é impossível não escutar a faixa Interstellar Overdrive e viajar pelo universo ás vezes sombrio e outras frenéticas que a música transpõe.

Todas a músicas são ótimas, mas Lucifer Sam para mim é especial. Esta faixa une a proposta psicodélica do Floyd com o estilo "dançante" dos anos 60. Algo único para provar que ser psicodélico não é só fazer barulho, como já ví umas entrevistas deles à época, onde jornalistas alfinetavam Waters pelo estilo da banda.

Bom, agora fazendo um paralelo com a atualidade(ihhhh...), noto que as bandas de hoje em um geral só falam sobre amor. É "vou te pegar daqui", "por favor não me abandone", amor, amor, amor.... Parecem a bruxa do 71 recitando poema. Desafio alguma banda ter sequer o cacoete para conseguir falar em uma música algo como "Jupiter and Saturn, Oberon, Miranda and Titania, Neptune, Titan... " ou então "little gnomes stay in their homes Eating, sleeping, drinking their wine". Não tem, não há coragem de fazer algo diferente, algo que transceda nossa imaginação e faça com que a música deixe de ser meramente som e se torne um poema. Aliás, dizem que toda letra de música é um poema. Coitado do Fernando Pessoa, imaginem ele lendo uma letra do Restart e ter que chamar isso de poema.

Bem, muita gente conhece o Pink Floyd pelo The Dark Side Of The Moon, The Wall ou Wish You Were Here, mas recomendo este disco que com certeza está no mesmo nível destes outros citados(para mim, melhor que estes dois últimos). Não conhecer este disco é uma afronta, caso você saia por aí dizendo que é fã de Pink Floyd. :)

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